MARCELO TAVARES
Geógrafo
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Quando o objetivo principal é melhorar o desempenho dos estudantes, os agentes externos como pais e mães são os envolvidos que demonstram maior atuação, correto? Nem sempre. Por incrível que pareça, muitos pais à sombra da irresponsabilidade atribuem o insucesso escolar de seus filhos aos profissionais que atuam nas organizações escolares espalhadas pelos quatro cantos do mundo. Ao certo, pensam ser menos trabalhoso atribuírem exclusivamente à equipe pedagógica o fracasso educacional de seus rebentos do que assumirem o que é de fato também tarefa de pai, mãe, irmão, tio, avô, padrasto, madrinha, etc. – uma atitude, no mínimo, lamentável. Postura de pai e mãe é de sondagem permanente a fim de acompanharem o desenvolvimento escolar, social e familiar dos que estão sob suas guardas. Cadernos necessitam de acompanhamento, mochilas de vistoria, tarefas de assessoria, relacionamentos de orientação e, acima de tudo, estudantes clamam uma minúscula manifestação de interesse dos pais em relação a sua vida escolar – isso é quase tocável em alguns casos. Enquanto a figura paterna assenta-se na pedra em frente a casa fumando e/ou bebendo de calças regaçadas e a matriarca escora-se à mesa da vizinha se abanando de paninho ao comentar o comportamento dos que passam, filhos multiplicam-se pelas ruas montados em bicicletas invocadas embaixo de cabelos desleixados à sombra dos – insuportáveis – bonés encardidos. Em qual momento a família perceberá que crianças e adolescentes vagando pelas ruelas escurecidas da cidade estão totalmente vulneráveis às más companhias capazes de conduzi-los às piores posturas, como por exemplo, ao tabagismo, a ingestão de álcool, a depredação e ao roubo, ao uso da maconha, da cocaína e do crack e até mesmo a associação ao tráfico de drogas e a exploração sexual? No momento então, que a falência escolar é inevitável, lá estão os pais envoltos em uma avalanche de justificativas, como por exemplo, plena falta de tempo, dizem que atuam como pai e mãe simultaneamente e esbravejam três turnos de trabalho. É chegada a hora de estancarmos os argumentos que remanejam responsabilidades e aniquilam condições de melhorar a vida das pessoas. Quando alunos, filhos, enteados, crianças e adolescentes são considerados prioridades absolutas rotulados por aquelas falas chatinhas e repetitivas tipo “vivemos em função deles”, os mesmos jamais poderão ser tratados em uma esfera secundária – isso é totalmente contraditório, infeliz e perigoso. Filho é responsabilidade de todos e Escola não assegura futuro brilhante agindo sozinha – pensem nisso.
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